O Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS Natal) e da Vigilância Sanitária (VISA), lança nota técnica com orientações sobre o consumo de pescados, após casos relacionados a surtos de intoxicação alimentar no município.
No ano de 2025, foram registrados dois surtos sugestivos de intoxicação por Ciguatera no município. Atualmente, está em curso a investigação de um caso, após evento realizado em um restaurante da capital, entre os dias 5 e 6 de maio, onde foram identificadas treze pessoas com sintomas sugestivos de intoxicação por Ciguatera, com três hospitalizações.
A equipe de Vigilância fiscalizou toda a cadeia produtiva, desde o local onde foi preparado o pescado até onde ele foi comprado. Foram coletadas amostras dos alimentos que foram enviadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (LACEN).
Os sintomas geralmente se desenvolvem de 3 a 5 horas após a ingestão de peixe contaminado. Podem aparecer agravos neurológicos, como dormência nos membros inferiores e superiores, parestesia, fraqueza, dor nos dentes, gosto de queimação ou metálico na boca, memória prejudicada, fadiga crônica, coceira generalizada, suor, visão turva e inversão de temperatura; além de agravos cardiovasculares, como bradicardia, bloqueio cardíaco ou hipotensão; e gastrointestinais, como diarreia, vômito e dor abdominal. “Em função dos sintomas apresentados, podemos inferir um quadro que a literatura reporta como Ciguatera, uma toxina presente na alimentação de peixes, principalmente nos encontrados em arrecifes", disse José Antônio de Moura, Diretor do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS).
O Cievs Natal entrou em contato com todos que tiveram consumo em comum com os pescados do tipo Arabaiana e Peixe Dourado. “Todas as pessoas estão bem e continuam sendo monitoradas pelo Departamento de Vigilância”, falou José Antônio.
O chefe do setor enfatiza que o caso é pontual, e que não afeta o consumo de peixes. “Reforçamos que não é motivo para ter pânico ou suspender a ingestão de pescados. Um dos cuidados que a população pode tomar, é solicitar aos fornecedores quais pescados estão sendo ofertados e evitar o consumo dos pescados sob suspeita. Se apresentar alguns sinais ou sintomas, procure um serviço de saúde o mais breve possível”, orienta José Antônio, reforçando que a população deve consumir preferencialmente peixes de águas profundas, além de comprar pescados em locais de procedência, com ambientes que tenham boas práticas e que estejam devidamente licenciados.
Em caso de suspeita de caso de intoxicação por Ciguatera, a população pode entrar em contato com o CIEVS, pelo WhatsApp (84) 3232-9435, e-mail [email protected], ou por meio do aplicativo Natal Digital.
Ciguatera
A Ciguatera é uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de peixes contaminados com toxinas como Ciguatoxina ou Maitotoxina, produzidas por microalgas dinoflageladas do gênero Gambierdiscus que se proliferam em recifes de corais tropicais e subtropicais. Os principais pescados associados à Ciguatera são garoupas, barracudas, moreias e badejos.
As Ciguatoxinas não apresentam cor, sabor ou cheiro e não podem ser eliminadas pelo cozimento ou congelamento convencional. Sendo assim, caso o peixe esteja contaminado, as técnicas de resfriamento ou cozimento, e nem mesmo a digestão, são capazes de impedir o desenvolvimento das toxinas.
Confira a nota técnica completa aqui: https://www.natal.rn.gov.br/