Criminosos, mas não ideológicos (apesar da série de normas de condutas e códigos que eles seguem). Assim foram classificadas as facções criminosas no Brasil e, por isso, elas não merecem ser apontadas como terroristas. Pelo menos, foi isso que secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, explicou na coluna “Painel”, do jornal Folha de S.Paulo.
No início da semana, o Govero Federal causou polêmica ao discordar da posição do governo Donald Trump de classificar as organizações criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) como grupos terroristas. Sarrubbo disse que o Brasil fundamenta sua discordância no entendimento de que as organizações criminosas não se enquadram na definição de terrorismo adotada pela legislação brasileira.
“Não consideramos como facções organizações terroristas. Em 1º lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam o lucro através dos mais variados ilícitos”, declarou Sarrubbo.
O Ministério da Justiça transmitiu essa posição ao diplomata norte-americano David Gamble, responsável pelo setor de avaliações do Departamento de Estado dos EUA , durante encontro realizado na 3ª feira (6.mai) em Brasília. O governo Trump avaliou as facções brasileiras como organizações terroristas, seguindo abordagem semelhante à adoção em relação ao grupo venezuelano Trem de Aragua.