Prevendo uma possível condenação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode optar por assumir o papel de apoiador de um nome de direita, com o objetivo de garantir um indulto para si e para outros que venham a ser condenados por participação na tentativa de golpe.
Essa possibilidade vem ganhando força nos bastidores e chegou a ser tema de discussão no Jornal das 6, da 96 FM de Natal. Caso seja, de fato, condenado no segundo semestre deste ano, Jair Bolsonaro poderá abrir mão da candidatura e apoiar outro nome da direita para a Presidência da República.
Nesta semana, por exemplo, ele se reuniu com Ronaldo Caiado, governador de Goiás, e com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. O conteúdo das conversas, realizadas a portas fechadas, não foi divulgado.
Com o apoio de Bolsonaro, segundo as pesquisas atuais, dificilmente um candidato da direita perderia a eleição para um nome associado ao já desgastado governo Lula. Assim, Bolsonaro teria condições de eleger o próximo presidente e, deste, obter a promessa de um futuro indulto.
Comenta-se, inclusive, que o texto do indulto seria semelhante — ou até mesmo idêntico — ao projeto de anistia que prevê o perdão ao grupo político e aos envolvidos na suposta tentativa de golpe militar.
Mudança no discurso
A discussão sobre esse "plano" ganhou ainda mais força após notícias indicarem que o ex-presidente tem se mostrado mais simpático a nomes de destaque da direita, como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas. O governador de São Paulo, por exemplo, que antes afirmava ser candidato à reeleição, declarou nesta semana que pretende, sim, disputar um novo mandato, mas que não será candidato à Presidência "caso não conte com o apoio de Bolsonaro".
Ou seja, o que antes era considerado impossível, agora passa a ser uma possibilidade condicionada ao aval do ex-presidente.