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Por que mais gente quer sair de São Paulo do que se mudar para o Estado mais rico do País?
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Por que mais gente quer sair de São Paulo do que se mudar para o Estado mais rico do País?

A preocupação com a violência na região metropolitana, o avanço do trabalho remoto (home office), busca por emprego e a maior circulação entre as cidades estão entre os principais fatores que ajudam a explicar o aumento no número de pessoas que deixam o Estado São Paulo, na visão de especialistas.

Pela primeira vez, São Paulo viu mais gente sair do que chegar no Estado desde 1991, quando o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a fazer esse tipo de medição.

Entre 2017 e 2022, ano do Censo, cerca de 825 mil pessoas saíram do Estado e chegaram 736 mil novos moradores. O saldo negativo é de quase 90 mil. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 27.

O principal fator que impulsiona a migração é a economia, na visão do geógrafo Ednelson Dota, professor de pós-graduação em Demografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Geografia na Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes).

Nesse aspecto, São Paulo não oferece mais as mesmas possibilidades de crescimento profissional e melhoria da qualidade de vida das décadas anteriores. “Nos anos 1970, São Paulo oferecia grandes oportunidades de inserção produtiva, o que mudou nas décadas seguintes. Hoje, temos muitas pessoas que circulam, mas não ficam. São Paulo continua sendo o grande destino, mas, como as pessoas não conseguem mais alcançar a melhoria de vida, elas voltam à origem ou tentam novo destino”, explica.

Gabriel Alves Souza, professor de Geografia da Universidade Presbiteriana Mackenzie – campus Tamboré, adota raciocínio semelhante ao citar o poder de atração de outros Estados.

“Uma das razões (da migração) é o surgimento de novos polos atrativos de trabalho pelo Brasil, em resposta a movimentos estimulados, em grande parte, pela ordem econômica. Isso faz com que São Paulo deixe de ser o único grande centro de atração para imigrantes”, afirma.

Em contrapartida, outras regiões ganham relevância, como o Sul. O Sudeste também vê mais moradores saírem do que entrarem pela primeira vez desde 1991. O balanço negativo foi de 121 mil pessoas entre 2017 e 2022.

O Sul, por sua vez, registrou a maior diferença positiva entre novos residentes e moradores que deixaram a região (362 mil). Esse aumento no chamado saldo migratório é impulsionado por Santa Catarina, que teve o maior balanço positivo do País, superando São Paulo.

Souza acrescenta outro fator importante nos novos padrões de fluxo migratório do País: a busca pela qualidade de vida. Aqui, o especialista cita o aumento do avanço do trabalho remoto (home office), e a preocupação com a segurança pública, principalmente na capital e região metropolitana de São Paulo.

“O aumento da violência urbana registrada nos últimos tempos em São Paulo pode fazer com que parte da população fique amedrontada e, com isso, migre para outros locais”, opina.

Questionado sobre o tema, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirma que, de janeiro a abril de 2025, o Estado registrou os menores índices de homicídios dolosos desde 2001, com queda de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2024.

Ainda segundo o órgão, “foram registradas reduções expressivas nos casos de latrocínio (-15%), roubos em geral (-14%), roubos de veículos (-8,2%) e roubos de cargas, que caíram 22%, atingindo o menor número desde 2003″.

No Rio, a Secretaria de Segurança Pública afirma que “vem adotando estratégias baseadas em inteligência, com reforço do policiamento ostensivo, ações investigativas e uso de tecnologia de ponta que estão contribuindo para a redução dos índices criminais.

O órgão cita a queda no número de latrocínios, que passou de 30 casos em 2024 para 25 em 2025 e a uma redução de 10% nos casos de homicídio doloso em abril de 2025, em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Em entrevista ao Estadão, o demógrafo José Eustáquio Alves também destacou o crescimento do agronegócio, passando pela descentralização da industrialização do País, até uma mudança de comportamento que se popularizou durante a pandemia, privilegiando o trabalho remoto. “E esse trânsito de São Paulo é uma loucura”, arrematou o demógrafo.

Estadão

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