A operação deflagrada hoje (18) pelo Ministério Público de São Paulo contra o PCC, apontou que a facção criminosa com atuação em quase todo o Brasil, ocupava apartamentos vinculados à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e à Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab).
O detalhe é que a operação cumpriu mandados também em Mossoró, no Rio Grande do Norte. E na chamada Capital do Oeste, há relatos da atuação semelhante de bandidos. Há informação de que família de criminosos também têm ocupado residências fechadas ou abandonadas em Mossoró. A situação não é recente, mas havia se agravado nos últimos meses.
De acordo com a investigação do MPSP, criminosos que detinham a função de gerir os apartamentos atuavam ativamente na busca por novas unidades e, identificando-se um apartamento vazio, este era imediatamente ocupado, até que o PCC buscasse meios de associá-lo a um terceiro, que funcionaria como laranja. Síndicos de unidades do CDHU espalhadas por todo o Estado de São Paulo auxiliavam a organização criminosa na localização e na aquisição de imóveis.
Contudo, em diálogos interceptados, foram captadas diretrizes específicas para que se impedisse a ocupação de apartamentos por “famílias necessitadas”, especialmente com crianças. No diagnóstico da facção, “se família entrar com criança, não sai mais”, motivo pelo qual as investidas dos integrantes da célula deveriam ser sempre rápidas.