A demanda de pacientes estrangeiros por hospitais de alto padrão da capital paulista se intensificou desde o pós-pandemia. Nos últimos meses, com o dólar na casa de R$ 6, o crescimento acelerou ainda mais. “Pacientes e seguradoras de saúde encontram no Brasil atendimento de excelência com um custo muito mais baixo — às vezes cinco ou seis vezes mais barato — do que eles gastariam nos Estados Unidos”, explica o médico Rodrigo Wobeto, sócio-fundador do Blanc Hospital, uma das instituições que registraram alta na procura.
Segundo Wobeto, estimativas internas do setor hospitalar mostram que o Brasil é o quinto país mais procurado para turismo médico no mundo. É um nicho que movimenta “de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões por ano” no País, com gasto médio por paciente estrangeiro “de US$ 3 mil a US$ 15 mil”, conforme o médico. Ainda de acordo com ele, a principal busca é por cirurgias ortopédicas e estéticas, além de tratamentos odontológicos e de fertilidade.
A agência de turismo médico b.Treat nasceu em 2019 a partir dessa demanda. Os pacotes custam de R$ 6 mil a R$ 25 mil, apenas referente à consultoria feita pela empresa — sem incluir honorários médicos, hotéis, custos hospitalares ou medicações. Nos últimos dois anos, a empresa afirma que a procura por parte de seus clientes cresceu cerca de 50%.
Um levantamento feito pela companhia mostra que moradores dos Estados Unidos (especialmente da Florida), Uruguai, Portugal, Paraguai e Angola são os que mais procuram São Paulo em busca de tratamento. “O setor de saúde brasileiro se destaca, com hospitais de ponta que aliam tecnologia, hotelaria premium e corpo clínico altamente capacitado”, afirma Carolina Uip, uma das fundadoras da b.Treat.
Estadão