Criminalizam o lícito, toleram o ilegal: a contradição de quem diz proteger
A Via Costeira de Natal nasceu de um pacto urbano-ambiental: abrir uma estrada integrando Ponta Negra ao Centro, preservando 1.172 hectares de Mata Atlântica — o Parque das Dunas — e destinando aproximadamente 8% dessa área a empreendimentos turísticos e residenciais. Uma solução equilibrada, ambientalmente sustentável e legalmente amparada.
Mas o que vemos hoje é um movimento radical e seletivo que tenta criminalizar a iniciativa privada e travar os investimentos. Projetos que seguem as regras são bombardeados por argumentos ideológicos, enquanto as ocupações ilegais nas bordas do próprio parque, como as invasões em Mãe Luíza, que avançam sobre as dunas com desmatamento e riscos geológicos evidentes, são toleradas sem questionamentos.
Quantas audiências públicas foram realizadas para discutir essas invasões? Onde está a mesma energia para proteger o que realmente está sendo destruído?
É o retrato de uma indignação seletiva: combativa contra o investimento legalizado, passiva diante da ocupação desordenada e da degradação ambiental verdadeira.
Um fato curisoso é que a arrecadação depende de uma economia ativa, capaz de gerar os tributos necessários para sustentar os serviços públicos tão necessários e importantes para a população. Uma cidade precisa de uma economia viva para manter a máquina pública funcionando — inclusive as remunerações dos que hoje atuam contra o desenvolvimento.
É hora de construir pontes. Órgãos fiscalizadores, entidades de classe, sociedade civil, academia, poder público, setor produtivo e imprensa devem caminhar juntos buscando alternativas de fomentar a economia e promover o crescimento sustentável. Essa lógica de confronto é pequena e ultrapassada. Vamos deixar a paixão ideológica de lado e apoiar a construção legal, nas áreas há mais de 40 anos destinadas a isso, vamos em busca de uma Natal com economia pujante, que gere riqueza, empregos e distribua renda, combatendo com firmeza o que é ilegal, como, por exemplo, as invasões do parque das dunas na região de Mãe Luíza. Chega de atrasos – Natal merece essa escolha.
Sérgio Azevedo - presidente Sinduscon