10/05/2024 às 05:02
A dor de ver a perda alheia já era grande, mas o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), vive algo maior durante as enchentes no Rio Grande do Sul. Viu a própria casa ficar apenas com o telhado para fora d’água.
— Hoje, quando falo disso, não falo como alguém que viu, e sim como alguém que está sentindo na pele a dor — diz. — O reflexo disso tudo, além de social, tem um peso muito poderoso no emocional. Uma tragédia como essa é difícil de recuperar. Estamos com psicólogos para conversar com as pessoas, tentando reanimá-las para que haja uma situação melhor. As pessoas ficam doentes. Eu estou nessa mesma situação.
Além das casas, a infraestrutura municipal teve perdas que vão demandar uma ampla reconstrução.
— Perdi 18 escolas, tudo debaixo d'água, 16 postos de saúde também. As ruas da cidade vão sair dessa enchente deficitárias e com muitos problemas de mobilidade urbana — aponta Vanazzi. — Temos dois diques que foram destruídos. Só para a recuperação deles e das bombas de água vou precisar de R$ 30, 40 milhões para fazer voltar a ter uma certa funcionalidade.
O prefeito ainda não consegue dimensionar o total de dinheiro necessário para a cidade. Correligionário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele defende que o governo priorize agora a ajuda emergencial e, depois de um plano de trabalho mais detalhado, ajude a financiar a reconstrução dos municípios.
— Estamos numa situação muito difícil. Essa tragédia a que foi submetido o estado e nossa cidade é a maior de toda a nossa história. São cerca de 180 mil desabrigados e mais de 13 mil em albergues, praticamente dois terços da população do município — diz.
O Globo
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