O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, protocolou nesta segunda-feira (19) uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A informação é do O Antagonista.
O parlamentar acusa Rodrigues de agir politicamente para proteger o irmão do presidente Lula, Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (SINDNAPI), investigado na Operação Sem Desconto.
Segundo Marinho, o diretor da PF violou o Código de Conduta da Alta Administração ao divulgar informações privilegiadas e minimizar o envolvimento do SINDNAPI em entrevista a um blog petista, no dia 25 de abril. Embora Rodrigues tenha afirmado que o sindicato não era alvo da investigação, documentos da própria Polícia Federal e decisão judicial apontam o contrário.
A operação apura irregularidades no repasse de contribuições sindicais via INSS. Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que 77% dos aposentados entrevistados nunca autorizaram os descontos. Os repasses ao sindicato saltaram de R$ 23,2 milhões, em 2020, para R$ 154,7 milhões, em 2024 — um aumento de 567%.
Para o senador, há “violação ética evidente” por parte de Rodrigues. “Ou ele tem acesso privilegiado a informações sigilosas e as usa de forma política, ou se manifestou de forma antiética e irresponsável”, afirmou. A representação pede que a conduta do diretor seja apurada e, se confirmada a infração, que sanções administrativas sejam aplicadas.
Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira (20), Marinho afirmou que o caso revela “aparelhamento puro” e classificou a atitude do diretor como “afronta à verdade”.
