O ministro do STF, Gilmar Mendes, afirmou no julgamento que discutia a obrigatoriedade de inscrição na OAB para advogados públicos, que já foi ameaçado pelo ex-presidente da Ordem dos Advogados. Isso teria acontecido há mais de 20 anos.
Segundo o portal Migalhas, Gilmar Mendes foi nomeado ministro do STF em maio de 2002, indicado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. À época, exercia o cargo de Advogado-Geral da União, posição que ocupava desde 2000. Nesse período, travou acirrados embates com Reginaldo Oscar de Castro, que presidiu a OAB de 1998 a 2001.
A tensão institucional veio à tona durante a tramitação da indicação de Gilmar na CCJ - Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Horas antes da sabatina, Reginaldo Castro entregou pessoalmente à comissão um documento questionando o fato de o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, não ter informado que o indicado respondia a ações judiciais - incluindo processos criminais e por improbidade administrativa.
Diante da denúncia, o senador Eduardo Suplicy pediu vista da indicação, medida que contou com o apoio de outros parlamentares e adiou a sabatina. O episódio causou forte repercussão. O jornal O Estado de S. Paulo classificou a situação como "constrangedora". Na mesma ocasião, reagiu às críticas de Castro, acusando-o de ter atuado como censor da Polícia Federal durante o regime militar: "Sua Excelência faz justiça ao seu passado: foi censor da Polícia Federal", declarou Gilmar à comissão.