Policiais civis da 85ª Delegacia de Polícia de João Câmara (85ª DP), com apoio da 91ª Delegacia de Polícia de Poço Branco (91ª DP), do 14º Batalhão da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, da Guarda Municipal e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP), deflagraram, nesta quinta-feira (10), a "Operação Cabrito”, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado na comercialização de motocicletas adulteradas, produtos de roubo e furto.
As investigações, iniciadas há cerca de um ano, partiram do registro de dezenas de boletins de ocorrência de vítimas que adquiriram motocicletas nas lojas dos investigados e, posteriormente, tiveram os veículos apreendidos em fiscalizações de trânsito, diante de suspeitas de adulteração dos sinais identificadores ou de origem ilícita. A maior parte das negociações fraudulentas acontecia em João Câmara, gerando prejuízos financeiros expressivos às vítimas, que acreditavam estar adquirindo veículos em situação regular.
Durante a operação, foram cumpridos três mandados de prisão e quatro mandados de busca e apreensão nos municípios de João Câmara e Natal. Entre os presos estão pai e filho, empresários do ramo de veículos, apontados como principais responsáveis pelo esquema criminoso. Um deles atuava no comércio de veículos há mais de 20 anos. Os investigados possuíam lojas no município e estavam em processo de expansão, comercializando veículos por valores abaixo do mercado e desrespeitando os protocolos legais de aquisição e revenda.
Ao longo da ação, 18 veículos foram apreendidos — entre motocicletas e automóveis —, muitos deles com sinais de adulteração. Também foram recolhidos celulares, notebooks e outros aparelhos eletrônicos, que serão submetidos à perícia para aprofundamento das investigações.
A Polícia Civil destaca que os suspeitos agiam de forma contínua, fazendo diversas vítimas, e agora responderão criminalmente pelos prejuízos causados — que envolvem tanto perdas patrimoniais quanto a exposição das vítimas a riscos penais e administrativos.
O nome da operação faz referência ao termo popular “cabrito”, utilizado para designar veículos com sinais identificadores adulterados, prática comum para ocultar a origem criminosa — geralmente proveniente de roubo ou furto — e reinserir esses bens de forma fraudulenta no mercado.
As investigações seguem em andamento, com o objetivo de identificar outros envolvidos e garantir a responsabilização completa dos autores. A Polícia Civil reforça seu compromisso com a repressão qualificada ao crime e solicita que a população continue colaborando com informações por meio do Disque Denúncia 181. O sigilo é garantido.